terça-feira, 25 de setembro de 2012

Equipe da Rede CAAS conclui pós-graduação na USP e participa de Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância


Membros da Rede CAAS (Crianças Amadas, Adultos Seguros), projeto administrado pela Prefeitura Municipal de Penápolis em parceria com a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV), de São Paulo, participaram do II Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância, em São Paulo, durante os dias 12 e 13 de setembro.
O evento é um dos maiores do mundo sobre o tema e contou com a participação de profissionais renomados que atuam diretamente nos cuidados com as crianças, como médicos, pedagogos, entre outros. Na ocasião, discutiram a interação entre a ciência e as políticas públicas para a valorização da Primeira Infância.
Cerca de 300 pessoas do Brasil e do exterior participaram do encontro. Entre os temas debatidos, a contribuição da neurociência para o aprimoramento das políticas públicas, o cenário da pesquisa científica no Brasil, a primeira infância na visão da sociedade brasileira, a interação de setores como saúde, educação e assistência social no desenvolvimento integral e integrado das crianças, e os programas de desenvolvimento saudável na infância.
Para Maria Inês Peters, psicóloga secretária executiva da Rede CAAS, o conteúdo apresentado e os debates entre participantes foram muito enriquecedores. “A apresentação do Dr. Charles Nelson, professor de Pediatria e Neurociência de Harvard, foi bastante impactante. Ele disse que as experiências negativas vividas durante a Primeira Infância ficam marcadas fisicamente na estrutura cerebral do bebê”, comentou.
Durante sua apresentação, o médico norte-americano mostrou imagens comparativas do cérebro de crianças com desenvolvimento normal e outras que foram muito negligenciadas. “O sofrimento e o abandono puderam ser vistos nos baixos níveis de conexão entre os neurônios”, acrescentou a psicóloga.
A realização do II Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância na capital paulista, pelo segundo ano consecutivo, busca contribuir para as discussões sobre os desafios que o Brasil enfrenta para alcançar um modelo de políticas públicas que promovam o desenvolvimento integral e integrado das crianças. O País já deu os primeiros passos nessa direção com o Programa Brasil Carinhoso – anunciado pela presidente Dilma Rousseff em maio – e o Rede Cegonha, estratégia do Ministério da Saúde para cuidar de gestantes, recém-nascidos e crianças com até 2 anos.
Conforme a FMCSV, as evidências dos estudos mostram que uma nação efetivamente desenvolvida precisa investir na primeira infância, pois é nessa fase que ocorrem as maiores transformações para a formação do indivíduo adulto. É da gestação aos 3 anos que 70% das conexões cerebrais acontecem e que se iniciam as revoluções motoras (engatinhar, sentar, andar). Portanto, é nessa fase que os cuidados com as crianças devem ser mais intensos.

Especialização
Profissionais vinculados à Rede CAAS concluíram na mesma data do Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância o curso de especialização em Promoção do Desenvolvimento Infantil na Escola de Enfermagem da USP (Universidade de São Paulo). 
Com 12 meses de duração e carga horária de 420h, a iniciativa forma especialistas aptos a contribuir para o aprimoramento das políticas públicas destinadas ao desenvolvimento infantil, especialmente quando se trata da capacitação dos profissionais que lidam com os cuidados e estímulos de crianças com idade entre 0 e 3 anos.
De Penápolis, participaram do curso as profissionais da Secretaria de Educação e Saúde, Leonila de Aguiar Torrezan e Adriana Belletti, respectivamente, Cláudia Carmona Slavez, da Santa Casa de Penápolis, Maria Inês Peters e Alexandre Gil de Mello, da Rede CAAS, e Rosiley Berbel, da Secretaria de Assistência Social e Cidadania. 
Segundo o grupo, transformar a primeira infância em prioridade exige um olhar ampliado para outras necessidades essenciais dessa fase da vida. “Mais que sobrevivência, é preciso garantir às crianças oportunidades para o seu desenvolvimento integral. Esse olhar requer uma mudança no entendimento sobre a criança e uma ação efetiva do poder público e da família”, concluíram.

Penápolis
O projeto social “Crianças Amadas, Adultos Seguros” foi iniciado em Penápolis em 2009 e desde então conta com o apoio técnico e financeiro da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV), de São Paulo, que desenvolve o Programa Primeiríssima Infância com mais cinco municípios do interior paulista. Em sua atuação, o projeto trabalha a mobilização e conscientização da população em relação à importância dos cuidados e estímulos para com a primeira infância, além da capacitação de profissionais da rede pública municipal de saúde, assistência social e educação infantil. 
Com informações da FMCSV

sábado, 15 de setembro de 2012

Rede CAAS e Secretaria Municipal de Educação participam de seminário internacional sobre Educação Infantil


Secretário municipal de Educação comenta ações da prefeitura para elevar a qualidade da educação infantil

A chefe do serviço de creche da Secretaria Municipal de Educação, Leonila de Aguiar Torrezan, e a secretária executiva da Rede CAAS (Crianças Amadas, Adultos Seguros), Maria Inês Peters, participaram no último dia 7 do IV Seminário Internacional IAB sobre Educação Infantil, realizado pelo Instituto Alfa e Beto, nas dependências da Universidade Mackenzie, em São Paulo.
Proposta pedagógica para educação infantil 
deve privilegiar o brincar na aprendizagem
Com foco no processo de aprendizagem, o evento contou com a participação da neurocientista canadense Adele Diamond, da Universidade British Columbia, que palestrou sobre as evidências científicas acerca do desenvolvimento cognitivo e sobre as melhores práticas na educação infantil. Para a pesquisadora, se a escola focar apenas o conteúdo, o processo de aprendizagem não tem a menor chance de ser bem-sucedido, uma vez que as necessidades emocionais, sociais e físicas devem ser supridas.  
De acordo com a psicóloga Maria Inês Peters, o encontro contribui para as melhores práticas nas escolas de educação infantil em Penápolis, pois amplia o contexto do ensino e corrobora com as diretrizes de trabalho já implementadas nessas unidades. “Quando ignoramos esses argumentos científicos, podemos prejudicar o desenvolvimento integral das crianças, que necessitam de cuidados e estímulos desde a gestação”, refletiu.
Durante o seminário, o presidente do Instituto Alfa e Beto, João Batista Araujo e Oliveira, anunciou a criação da Universidade da Primeira Infância, que já passa a oferecer o Programa de Formação de Professores-Mentores de Educação Infantil. Desde sua fundação, o Instituto Alfa e Beto vem atuando em nichos de oportunidade que não são contemplados pelas políticas públicas.

Entrevista
O secretário municipal de Educação, Cledivaldo Aparecido Donzelli, comenta as ações da Prefeitura Municipal de Penápolis em prol da qualidade da educação infantil e reflete sobre as melhores práticas e os investimentos efetuados.

Qual direcionamento é seguido pela Secretaria Municipal de Educação (SME) para elevar a qualidade da educação infantil em Penápolis?
Cledivaldo: A partir do momento em que se reconheceu através da ciência que a infância é um período que necessita de condições e investimentos para se desenvolver, os países começaram a formular políticas públicas visando o pleno e integrado desenvolvimento da criança. No caso do Brasil, houve um atraso nesse reconhecimento, por falta de sensibilidade social e política, além da falta de perspicácia na compreensão de que toda sociedade ganharia com os resultados dos investimentos na infância.
Em Penápolis, graças às diversas parcerias, dentre elas o IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social) e a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, os esforços foram empreendidos no sentido de criar um padrão de qualidade na educação das crianças de 0 a 5 anos. Isso significa investimentos coordenados e interligados, através de um efetivo planejamento, em formação continuada dos profissionais das unidades escolares, na reorganização dos espaços físicos e na aquisição de materiais pedagógicos, livros e equipamentos. Portanto, implantamos referenciais para a constituição de um modelo de educação com parâmetros bem definidos no que diz respeito às teorias educacionais, metodológicas e um novo olhar sobre o registro e avalição da aprendizagem.

E quais são os principais avanços conquistados nos últimos anos, tanto em infraestrutura como em qualidade de atendimento?
Cledivaldo: As instalações físicas são componentes importantes na educação infantil. Preparar um ambiente para recepcionar crianças de 0 a 5 anos é tão importante quanto o processo de ensino-aprendizagem. O meio ambiente da criança interfere na sua condição de tranquilidade e acolhimento, preparando-a para os estímulos dos educadores. Penso que o maior resultado é estarmos realmente formando as crianças dentro da perspectiva humana do seu desenvolvimento psicossocial.

Nas salas infantis, os jogos e as brincadeiras são elementos vitais para melhorar o desempenho acadêmico das crianças. Como o senhor avalia a apropriação desses princípios no município?
Cledivaldo: A criança precisa fantasiar e mimetizar as relações da vida cotidiana dos adultos. Estamos vivenciando uma chamada modernidade líquida, pois estamos nos distanciando das brincadeiras e das produções de fantasias que nos levam ao lúdico. Essa sociedade estimula precocemente o consumo e o individualismo concorrencial. Estamos proporcionando nas unidades de educação infantil de Penápolis, graças à Rede CAAS, essa prática de aprender brincando e brincar aprendendo com a diversidade de jogos e materiais produzidos pelas próprias educadoras e professoras. Os pais já entenderam isso, portanto, aos poucos estamos consolidando essa ideia.
Créditos imagens: FMCSV e Secom-PMP.