A primeira infância é a base para todas as aprendizagens humanas. Estudos demonstram que a qualidade de vida de uma criança entre o nascimento e os três anos de idade pode determinar as contribuições que ela trará à sociedade quando adulta. Se este período incluir suporte para o crescimento cognitivo, desenvolvimento da linguagem, habilidades motoras, adaptativas e aspectos sócio-emocionais, a criança terá uma vida escolar bem-sucedida e relações sociais fortalecidas.

Estudos demonstram que é durante a primeira infância que o cérebro humano desenvolve a maioria das ligações entre os neurônios. Até os 3 anos de idade, as cerca de 100 bilhões de células cerebrais com as quais uma criança nasce desenvolvem 1 quatrilhão de ligações. O número é o dobro de conexões que um adulto possui. Aos 4 anos, estima-se que a criança tenha atingido metade do seu potencial intelectual.
Quando focado em famílias em situação de pobreza, o desenvolvimento infantil pode romper um ciclo de falta de oportunidades. No Brasil, o grupo é um dos mais vulneráveis da população. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2010), quase metade (45%) das famílias brasileiras com crianças de 0 a 3 anos vivem com rendimento mensal per capita de até meio salário mínimo. Altas taxas de mortalidade, desnutrição infantil, falta de registro civil, violência doméstica e a tradição do cuidado básico em detrimento da prática educacional são algumas das condições adversas ao pleno desenvolvimento infantil que devem ser observadas em políticas públicas.
Em Penápolis, a Rede CAAS (Crianças Amadas, Adultos Seguros) investe na primeira infância por meio de uma ampla mobilização da comunidade e qualificação dos profissionais envolvidos no planejamento e desenvolvimento de políticas para os primeiros cuidados com as crianças, além de buscar garantir atenção às gestantes, crianças e suas famílias com a finalidade de promover a integração dos serviços para a promoção do desenvolvimento integral (físico, cognitivo e psicossocial). O fundamento do trabalho é que os três primeiros anos são para sempre. Portanto, todo investimento realizado hoje será percebido amanhã. Como diz o ditado: “quem planta, colhe”.
Alexandre Gil de Mello, advogado,
REDE CAAS
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